Levantando a discussão da busca desenfreada pelo corpo perfeito, a cantora apresenta música e clipe fortes e chocantes.
Vivemos em um país que lidera o ranking de cirurgias plásticas no mundo, onde pesquisas dizem que apenas 4% das mulheres se sentem bonitas, e que a pressão estética cresce a todo momento dentro das redes sociais e do dia-a-dia das mulheres. Cansada das amarras da sociedade, ALVA acaba de lançar um verdadeiro MANIFESTO FEMINISTA em formato de música. “Meu Bem” já está disponível no Youtube com clipe forte e necessário, enquanto o áudio da canção chega a todos aplicativos de música às 0h desta sexta-feira.
Nossa sociedade sempre exigiu da mulher um corpo perfeito- na visão dos outros, não na sua própria- e, com o aumento do uso de redes sociais, essa vitrine da imagem sem defeitos ficou ainda mais invasiva. O aumento de recursos tecnológicos na edição de fotos e vídeos e, também, a facilidade ao acesso à métodos cirúrgicos são outros fatores que vendem o corpo perfeito, porém irreal.
Roteirizado por Pedro Tofani e dirigido por Leo Ferraz, o clipe aborda este tema com cenas fortes sobre como a mulher desde a infância- retrata na presença da atriz mirim Isabela Barreto- vive em um sistema de padrões físicos agressivos e cruéis. A cantora abriu mão de todas as pressões estéticas que sofreu durante sua vida e se apresenta de forma nua e crua, com celulites, olheiras, gorduras e culote, mostrando todo o sofrimento de nossos corpos ao tentarmos fazer com que ele caiba em cintas, sutiãs apertados e qualquer outra coisa que mude o seu formato natural. Expondo-se assim, com defeitos e sofrimento, ALVA convida todos nós a nos olhar no espelho sem os julgamentos dos outros, nos aceitar e ver nossa beleza em todas nossas curvas e marcas que contam a nossa verdadeira história e deixá-las livres.
“É desesperador pensar no movimento cíclico ao longo dos anos de libertação e prisão da pressão estética que as mulheres vivem. A sensação é a de que os padrões só mudam de formato e nunca vão acabar. Por mais que tenhamos criado várias movimentos, em algum momento a mídia utiliza nossas próprias armas pra continuarmos servindo a sociedade com nossos corpos. Meu intuito aqui é quebrar em mim a valorização física e o sucesso mentalizado na necessidade de padrões para acreditar que é possível”, conta Alva.
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