Foto por Victor Rodrigues .
Depois de transitar por MPB, jazz, rock e bossa-nova e ter participado de projetos e de álbuns de artistas como Jonathan Ferr, Léo Middea e Cícero, a cantora carioca Mariana Milani dá os primeiros passos de sua trajetória solo com o single e clipe “Outro Mundo”. A faixa é uma composição de Luthuly Ayodele feita especialmente para a artista e conta com produção de Lux Ferreira (Duda Beat) e Carlos do Complexo (Yoún).
Quando recebeu “Outro Mundo” de presente, Mariana participava do projeto solo experimental de Lux Ferreira, Prisma de Mim Mesmo, onde canta duas músicas. Sem dúvidas sobre quem gostaria que produzisse a faixa, ela convidou Lux, que por sua vez trouxe Carlos do Complexo, parceiro na produção e nome em ascensão entre os beatmakers da nova geração.
“Foi na parceria dos dois que a música ganhou corpo. O Lux foi cirúrgico na leitura da canção. A letra traz uma certa melancolia que pedia que não fôssemos tanto pela estética pop, mas ao mesmo tempo tanto ele quanto eu trazemos o pop como influência. O embrião da música era o jongo, elemento da cultura afro-brasileira, conversando com os synths do Lux. O Carlos trouxe os beats levando a música pra um outro lugar. Quando nos reunimos pra fechar a música, todos sentimos falta de algum elemento. Tomamos a decisão de adicionar cordas. Então trouxemos o Pedro Franco, Pablo Arruda e Guilherme Pimenta pra dar esse toque orgânico à faixa. Foi a melhor decisão. A música ganhou uma outra dimensão. Foi parar no Outro Mundo”, resume Mariana.
O single vem para coroar uma trajetória iniciada ainda no início da adolescência. Com uma infância altamente musical cultivada em casa, Mariana estreou nos palcos aos 11, como atriz, e cantando, aos 13. A veia artística foi herdada do avô, o ator e músico Francisco Milani, cuja carreira começou aos 14 anos, forjando maioridade para trabalhar em bares como pianista clássico. Como símbolo dessa herança, a cantora tem hoje sob seus cuidados o piano do avô.
Mesclando as referências recebidas em casa – de jazz e MPB – com as suas próprias descobertas musicais, Mariana começou sua primeira banda ainda aos 18 anos, com quatro amigas para tocarem indie rock. Com seu projeto seguinte, expandiu os horizontes ao longo de 5 anos, quando desenvolveu uma voz como compositora em faixas nunca lançadas. A próxima fase viria com um grupo de jazz manouche, cantando standards. Com esse trabalho, realizou mais de 80 shows, incluindo a abertura de uma apresentação de Elza Soares no Copacabana Palace. Mariana deixou o grupo quando se mudou para Lisboa, onde residiu por um ano. Desde então, vem desenvolvendo seu lado autoral e descobrindo sua identidade na como artista solo.
Durante todo esse período, Mariana Milani teve grandes encontros musicais. Ainda na escola, conheceu Cícero, de quem produziu os clipes “Tempo de Pipa” e “Açúcar ou Adoçante”. Em 2019, gravaram juntos a faixa “Falso Azul”, presente no álbum “Cosmo”, o mais recente do cantor carioca. A artista também fez a abertura de um dos primeiros shows de Rubel, no Teatro Solar (Rio de Janeiro). Por meio das redes sociais, seus caminhos se cruzaram com os de Jonathan Ferr, pianista que chamou atenção com o álbum “Trilogia do Amor” e onde Mariana canta uma música. Posteriormente, Ferr seria atração de palcos como Rock in Rio e Montreaux Jazz Festival. Além disso, Milani se apresentou ao lado de nomes como Carlos Malta, Zeppa Souza e Sexteto Sucupira.
Com o primeiro single de sua carreira solo, Milani começa a revelar a gama de influências e estilos que a trouxeram até aqui, mas sem abrir mão de mostrar uma identidade íntima e pessoal. Após projetos coletivos, álbuns de outros artistas e até trilhas sonoras, como é o caso de Rua Augusta, série da TNT, agora Mariana Milani faz de “Outro Mundo” a apresentação de uma nova sonoridade e uma fase prolífica de lançamentos. Outros singles estão em produção para serem revelados ainda este ano.
Ouça “Outro Mundo”: https://smarturl.it/
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