Crédito: Bento Costa.
Músico Marvin Costa usa a tecnologia da cryptoarte para abordar as pautas de costume em debate atualmente no Brasil.
O olhar crítico de Marvin Costa sobre a política, o social e a cultura do Brasil atual se encontra com a inventividade do mercado de NFTs em seu novo single e clipe, “Gatilhos”. O músico estreia agora na cryptoarte, que está em franca expansão oferecendo a criadores do mundo todo uma nova forma de financiar seus trabalhos e oferecer aos fãs produtos artísticos exclusivos. A faixa é o próximo passo de seu projeto solo Guevara Songs, que já revelou um EP e, após uma série de singles, lançará seu primeiro álbum.
Além do YouTube, “Gatilhos” está disponível na plataforma OpenSea com itens únicos à venda: um instrumental inédito, um pacote de samples da música, além de vídeos curtos criados por artistas visuais com trilhas originais compostas por Marvin Costa.
Conheça a galeria de Guevara Songs: https://opensea.io/collection/
A temática de “Gatilhos” se volta para a pauta de costumes, termo que passou a circular pelo noticiário com mais frequência quando o conservadorismo assumiu o comando do país em diversas esferas. A letra reflete sobre as imposições do conceito de família tradicional em uma geração que vive esses dilemas de forma pragmática, sem se importar com rótulos, mas que continua sofrendo para se adequar ao estilo de vida escolhido.
“É uma música sobre libertação. Sobre a última arrama que precisamos desfazer para obter a liberdade, crescer e encontrar novos horizontes ou novas problemáticas da vida adulta. Esses conflitos são o centro da letra da música. Também abordo a falta de vivência dos jovens. O refrão representa a libertação e amadurecimento. Aquele momento que a pessoa percebe que pode fazer o que quiser. Ou quase tudo, pois é nesse momento que outras imposições da sociedade surgem de forma contundente”, explica Marvin.
Em um outro diálogo com os tempos atuais, Guevara Songs faz de “Gatilhos” seu primeiro lançamento voltado para os NFTs – sigla para non-fungible token, ou seja, um token criptográfico que representa algo único. Conceito popularizado no mercado de arte, que já comercializou as mais diversas obras digitais, de gifs a criações 3D, os músicos também entraram nessa que promete ser uma nova opção de monetização para artistas e criadores em geral. Na era do streaming, para os fãs é a oportunidade de adquirir desde itens já consagrados até material extra e de bastidores jamais visto.
Guevara Songs vê no mercado da cryptoarte uma forma de subsistência do músico independente, para além dos grandes astros da música que também já embarcaram nessa onda.
“O NFT é um universo que deve e precisa ser desbravado não apenas por artistas visuais, mas também, pelos músicos. As cryptomoedas já são uma realidade na economia mundial. Nesse momento, é uma oportunidade de vida ao mercado da música, principalmente o independente. Além de oferecer itens fungíveis para seus fãs em lançamentos de singles ou álbuns, o artista pode desenvolver seu próprio ambiente NFT, criando galerias online, tokenizando músicas exclusivas, beats, samples, artes personalizadas e o que mais achar interessante. A ideia de oferecer algo único pode fortalecer conexões com os fãs. Entendo que o NFT é mais apropriado aos artistas independentes, que recebem muito pouco por streams e, atualmente, nenhum centavo de shows por conta da pandemia. O NFT é uma alternativa para que o dinheiro investido no lançamento possa retornar ao artista”, analisa Marvin.
Criativamente, um mergulho progressivo em texturas e timbres eletrônicos marca esse novo momento de Guevara Songs, projeto que Marvin Costa iniciou em Brasília em 2019 e com o qual já lançou o EP “Neurônio Espelho” e nos single “Negro demais para ser Deus?” e “Mitomania”, abrindo caminho para o primeiro álbum completo.
O projeto vem para somar à trajetória do artista. Marvin integrou o Mestiço, onde teve Marcelo Yuka como parceiro de composições. A banda de protagonismo indígena criava músicas com samples de cantos e letras que abordavam os povos originais do Brasil. Além disso, participou como guitarrista de regravações do álbum “As Veias Abertas da Juventude”, da banda Tubarões Voadores, com produção para o relançamento do disco assinada por Dado Villa-Lobos. Agora, o músico revela seu trabalho solo onde propõe um encontro de sonoridades – do pop ao rock, passando pelo indie, música brasileira e inspirações eletrônicas. “Gatilhos” chega às principais plataformas.
Ouça “Gatilhos”: https://fanlink.to/gatilhos