“As mina param o baile” é um manual com letras e linguagem direta sobre como tratar a mulher numa noitada e chega com identidade visual da marca Dendezeiro.
Uma das principais vozes da nova música da Bahia, o grupo Afrocidade lança nesta quarta-feira o single “As mina param o baile”, através da Isé com distribuição da Musequal. A faixa é um hino feminista em forma de pagodão com células da música latina e tem identidade visual da Dendezeiro.
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De linguagem direta, com fácil compreensão, “As mina param o baile” aproxima o grande público de pautas de gênero e raça. “De certa forma, é um desabafo, um grito e um manual sobre como tratar as mulheres”, afirma Fernanda Maia, compositora e vocalista do grupo.
Ao observar que as mulheres sempre tinham uma história ruim sobre abordagens quando saíam para curtir, a cantora resolveu fazer a track. Quem acompanha a banda nas apresentações, que estavam sacudindo o Brasil antes da pandemia chegar, já pôde sentir de perto a força dela.
No estúdio, “As mina para o baile” ganhou arranjo ainda mais pulsante – produzido por Éric Mazzone e Mahal Pita – com direito a um solo especial de trompete. “Cada vez que ouço o resultado encontro algo especial nesta faixa. Duvido alguém conseguir ouvir parado e espero que as mulheres se identifiquem” torce Fernanda.
A identidade visual do single é assinada pela Dendezeiro, um feat que tem tudo a ver com o Afrocidade. A marca surgiu a partir do sonho dos jovens periféricos, Hisan Silva e Pedro Batalha de imprimirem sua identidade no mundo, além de utilizar a moda como forma de construção de suas próprias autoestimas dentro de um ambiente que hostiliza a estética de pessoas negras.
Criada em Janeiro de 2019, a Dendezeiro é um projeto multicultural que visa unir diferentes expressões artísticas, como forma de pluralizar e transversalizar a forma como a moda é produzida no Brasil. Desde sua criação a marca já trabalhou com artistas como Maria Gadú, Majur, Hiran, Márcia Castro e outros.
É uma marca agênero, que busca desconstruir valores sexistas dentro da moda e carrega a ideia de que roupas podem ser vestidas por quem as desejar, independente de orientação de gênero ou sexual. Além disso, visa desconstruir as definições de PP/P/M/G/GG, desenvolvendo modelagens inteligentes com tecnologias de amarrações que ajustam ao corpo das pessoas, compreendendo que cada corpo é único e modelado de forma autêntica.