Foto: Alonso Junior
‘Todo Poder Curativo’ é a terceira música que a cantora amazonense Elisa Maia lança depois de ‘Luas pra Tantas Faces’ e ‘Sol de Setembro’, divulgadas em agosto e setembro de 2020. Com essa sequência, a artista estreia como produtora musical, reforçando também o próprio caráter autônomo ao embarcar no desafio de encabeçar todas as etapas de seu trabalho.
Entre nuances de tensão e alívio, o novo single tem influência dos anos 90’, com linhas de guitarras mais sujas, elementos eletrônicos, camadas de vocais inspirados na leveza do R&B e um molho “sinuoso” embalado por bases de reggae. Entre as referências, a canadense Alanis Morissette e as estadunidenses RES e Santigold.
Nas participações especiais, a baterista Larissa Conforto, do Rio de Janeiro, que hoje assina Àiyé, e o vocalista e pianista Ian Fonseca, da banda Supercolisor, que gravou pianos e órgãos.
Na composição, assinada em parceria com o também amazonense Tennessee Nogueira, fragilidades são assumidas.
“Acho importante reconhecermos limites, principalmente quando já não temos mais forças para se estar em determinada situação ou relacionamento. Canto sobre ‘se esvaziar’ e se voltar para o que realmente importa ou encontrar novo sentido. Para mim, esse esvaziamento não tem haver com virar as costas e deixar para lá, mas confrontar o que me causa dor e ocupar um lugar em que eu mesma seja responsável pelo caminho da cura. Sobretudo, em tempos de profundo luto coletivo e por todo caos e descaso em que o Brasil vive, a letra ganha outras camadas de significados que não se conectam com uma ideia de ‘pacificação acrítica’, mas de autoconsciência e cuidados coletivos pras lutas que ainda virão”.
Para a versão audiovisual que acompanha a estreia, cenas gravadas nas ruas do bairro e no quintal da casa da cantora, na zona norte de Manaus (AM), além de imagens de acervo (fotos e vídeos) que remontam a história de Elisa Maia evidenciam sua caminhada na música, momentos com sua família cantando na igreja, pequenas apresentações ao lado da irmã, da época em que ambas estudavam piano e flauta, até o salto para shows já com seu trabalho solo. Registro foi dirigido por Victor Kaleb. A edição é assinada por Samya Carvalho e Felipe Silva. Correção de cor e finalização por Clau Rossatti.
Na mixagem, Rafaela Prestes. Masterização de Fernando Sanches.