Em “A linha florescente”, obras inéditas tornam visíveis a interrupção e separação dos planos de cor, por meio de marcas físicas, provocando os limites entre pintura e escultura.
Créditos da foto: Galeria Raquel Arnaud
A Galeria Raquel Arnaud apresenta A linha florescente, em cartaz a partir do dia 23 de setembro, com obras inéditas de Elizabeth Jobim, criadas na pandemia. A exposição provoca as fronteiras entre pintura e escultura, convidando o público a explorar as texturas e profundidades do trabalho da artista.
Com o medo e a necessidade de reclusão e proteção, Jobim começou a esticar, pregar e costurar tecidos nos trabalhos que traziam uma memória da tessitura, da roupa, do abrigo. A costura é a ação que constituiu a produção: pode-se ver os pontos do fio.
A mostra apresenta telas onde a criadora redefine a relação entre planos e dimensões, por meio de uma abordagem que incorpora elementos escultóricos em suas pinturas. Em vez de uma simples linha abstrata, ela une esses planos por meio de marcas físicas, tornando visível a interrupção e separação dos planos de cor.
Entre os destaques da sua produção atual está a preparação do linho e a técnica de pintura a óleo sobre tecido. Este mesmo tecido pintado também se torna base para a costura, permitindo que a obra revele seus espaços, volumes e corpos, tanto na frente quanto no verso.
Segundo o crítico de arte Paulo Venancio, “a tela se organiza à maneira de um patchwork absolutamente bidimensional, uma construção de tecidos organizados e costurados fora do chassi, e como um transplante de bidimensional tornado pintura – a pele mesma pintura. Pele que atrai o tato, o contato físico da mão que advém do olhar. Essa tatibilidade, creio, já estava implícita desde os primeiros desenhos de pedras da artista – pedras organizadas pela mão, tocadas pelas mãos”.
“O campo se divide em dois, três. Um lado pintado a óleo, outro apenas em tecido, o branco do fundo e o cru do avesso à vista. O pano se desdobra e finalmente o avesso da costura se projeta para fora do plano; a tela se transformou num lugar onde panos cortados se cobrem, se unem com costuras e são esticados sobre a tela ou diretamente no chassi. Cortes, costuras, um abraço”, declara Elizabeth.
Serviço
A linha florescente, de Elizabeth Jobim
Local: Galeria Raquel Arnaud. Rua Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo – SP.
Abertura: 23 de setembro, sábado, das 11h às 15h
Período expositivo: 23 de setembro a 04 de novembro de 2023
Horários de visitação: segunda a sexta, das 11h às 19h | sábado, das 11h às 15h
Entrada gratuita.
https://raquelarnaud.com/
https://www.instagram.com/galeriaraquelarnaud/