Foto: Nini Delplace.
Transitando entre a língua francesa e o português brasileiro, o single aborda questões raciais e interculturais fluindo entre o Rap e o Pop!
O artista Igor Pitangui, mineiro de Belo Horizonte (29 anos) e hoje morando em Toulouse (França), lança seu segundo single autoral intitulado “Mon Amour”. A letra foi composta pelo próprio e trata-se do compartilhamento de sua experiência pessoal ao construir um relacionamento sexo afetivo LGBTQIAP+, intercultural e inter-racial.
“O relacionamento inter-racial em si já é uma questão delicada dentro e fora movimento negro. Quando essa experiência também é atravessada por se tratar de um casal LGBTQIAP+ com nacionalidades distintas, isso se torna uma questão ainda maior” diz ele, e continua “Eu acredito que as pessoas devam ser livres para amar quem, quando e onde quiserem, mas também penso ser importante enquanto pessoa preta questionar minhas escolhas e o porquê de fazê-las, a fim de investigar em mim a real motivação de construir este relacionamento e também para evitar sofrimentos, opressões e frustrações. Então essa canção é sobre isso, sobre olhar pra minha ancestralidade e fazer valer meus referenciais e valores antes mesmo das minhas escolhas”, conclui.
O single conta com o beat criado por Drerrera (São Paulo), e a engenharia de som do produtor musical Vitor Garbela – Garbela Home Studio (Campinas) que trabalhou com a pós produção, mixagem e masterização. Orgulhoso deste lançamento musical, Igor Pitangui diz: “Esse trabalho, em especial, me deixa muito preenchido! Eu consegui expressar uma questão autobiográfica de forma firme mas ao mesmo tempo afetuosa, e estes são valores humanos que eu aprecio, pra isso eu busquei uma interpretação vocal fluída entre o Rap e o Pop. O material audiovisual também está bem caprichoso, busquei referências em fashion films para projetar a beleza e a estética negra com bastante cuidado e com um toque ‘minimalista chic’ eu diria (risos). Pude brincar com o trânsito entre o feminino e o masculino e construir um lugar estético não binário que me desperta real interesse. É uma música que diz sobre mim, sobre minha caminhada afetiva, sobre coisas que percebi que preciso afirmar ao construir relações. Coisas que também podem dizer muito sobre a caminhada de pessoas como eu, pretas, periféricas, LGBTQIAP+ e fora da caixa padrão” diz o artista.