SÃO PAULO

ONDE TUDO ACONTECE!

Roseane Santos e Luciano Faccini fundem poesia, astrologia e canção no EP Livro Vivo.


Créditos: Miro Spinelli e Cochilo Taquieta. 

Após inaugurar a trajetória solar de Livro Vivo com a canção Nos Últimos Graus, Roseane Santos, uma das vozes mais marcantes do cenário cultural curitibano, e o cantor, compositor e produtor Luciano Faccini estreiam no próximo dia 08 de setembro a primeira parte completa da obra. Livro Vivo reunirá, ao todo, 3 capítulos com 4 canções cada – compostas por Luciano a partir de textos da artista e astróloga Faetusa Tirzah. O capítulo inaugural, ou EP Livro Livro, marca o início desse percurso poético. Ouça aqui.

Os poemas, agora musicados, fazem parte de um vasto e contínuo trabalho que Faetusa tem realizado diariamente desde 2019. A proposta consiste em escrever um horóscopo a partir da leitura do céu de cada dia. De modo muito orgânico, Luciano começou a compor canções a partir destes textos e foi no encontro com Roseane que as músicas de fato amadureceram. “O céu do dia em forma de canção ficará eternizado. Coisa de poesia e canção”, reflete Roseane.

Em pouco tempo o trabalho cresceu e logo veio a intuição coletiva de registrá-lo. Para tanto, o projeto é uma produção do coletivo Queda Livre e reúne musicistas parceiros a fim de agregar outras sonoridades e delicadezas: Vic Vilandez (baixo), Nati Bermudez (voz e flauta), Daniel D’Alessandro (bateria e percussões), Otávio Augusto (clarineta, clarone, sax e arranjo de sopros) e Leonardo Gumiero (guitarra), que também assina a produção musical junto de Luciano.

O EP Livro Vivo também contou com a interlocução do artista múltiplo e poeta Francisco Mallmann, autor de “Haverá festa com o que restar”, “América” e “Língua pele áspera”. Para o projeto, escreveu dez poemas a partir e através das canções. Há ainda a colaboração das artistas visuais Miro Spinelli e Cochilo Taquieta, que assinam capa, fotos e projeto gráfico. “Desenvolvemos um conceito baseado na colagem e sobreposição de elementos e texturas, incorporando a visualidade analógica e manual da anotação astrológica sem exatamente reproduzir os hieróglifos em si”, explicam.

O resultado de tal fusão literária, astrológica, visual e cancioneira é um apanhado musical envolto em ludicidade, característica também presente no álbum de estreia de Roseane Santos, Fronteiriça (2020). Livro Vivo é uma brincadeira entre os astros e a língua, sugerindo caminhos a se percorrer. Um Grande Circo Místico (Chico Buarque/Edu Lobo, 1983) atualíssimo. Nas palavras de Luciano Faccini, “é o próprio céu e suas ininterruptas movimentações, um livro que, como a própria vida, está sempre em desenvolvimento.”